sábado, 11 de outubro de 2008

chevrolet CAPTIVA


Apesar de decana por aqui no segmento dos utilitários esportivos, a imagem da Blazer está muito mais associada a missões policiais que a atividades de lazer longe do asfalto. Por muito tempo a GM pareceu conformada em suprir as frotas oficiais. Agora, com a chegada do Captiva Sport, um utilitário esportivo inteiramente novo, a Chevrolet parte em missão de capturar parte do público atendido pela concorrência. Lançado há um ano e meio, nos Estados Unidos, ele está chegando ao Brasil este mês, com as necessárias mudanças técnicas para o mercado local.

Mas a característica que mais deverá agradar é o seu preço. Equipado com motor 3.6 V6 de 261 cv, câmbio automático de seis marchas e diversos sistemas eletrônicos, o Captiva custa 92 990 reais, na versão 4x2, e 99 990 reais, na 4x4, valores bem abaixo dos cobrados por seus semelhantes. O único rival que se equipara ao Captiva é o Kia Sportage 2.7 V6 4x4 automático. Ele custa 99 900 reais. Mas não é tão bem servido de equipamentos, seu acabamento é mais simples, seu câmbio tem quatro marchas e seu motor rende 175 cv.

O Captiva chega com preço e conteúdo. Por meio do controle remoto da chave, por exemplo, é possível não só destravar as portas a distância, mas também dar partida no motor e ligar o ar-condicionado. O sensor de chuva, de série, tem ajuste de sensibilidade. Ou seja: é possível determinar quanto o pára-brisa deve se molhar antes de o limpador entrar em ação. Isso é útil, por exemplo, em uma estrada de terra, para evitar riscos no vidro. O Captiva será oferecido em dois pacotes de equipamentos. A diferença entre o mais completo, que acompanha a versão 4x4, e o menos, que vem junto com a 4x2, é a oferta de revestimento de couro, bancos com aquecimento e CD player para seis discos.

A vida a bordo é cercada de gentilezas. Piloto automático, volante multifuncional, porta-copos, descansa-braço na dianteira e na traseira e revisteiros no encosto dos bancos... O banco do passageiro da frente pode ser rebatido para se transformar em uma mesinha e o banco traseiro faz o mesmo movimento para liberar espaço para a bagagem. O volume do porta-malas é de 821 litros, mas pode chegar a 1586 litros com o banco rebatido.



O Captiva exportado para o Brasil é feito no México e tem visual bem mais interessante que o vendido na Argentina, produzido na Coréia. Ele tem pára-choques, grade e faróis inteiramente novos. Na lateral, entradas de ar duplas e rodas de alumínio que dão um ar mais esportivo. Por dentro, a GM substituiu as saídas do sistema de ventilação verticais (típicas de SUV japoneses) por outras redondas (que lembram as dos modelos alemães da Audi). O acabamento emprega materiais nobres, como alumínio e couro, e plásticos de engenharia de boa qualidade. Não chega ao padrão de um Land Rover, mas está acima da média.

Ao rodar, o conforto é tanto que a palavra “Sport” no nome do Captiva chega a destoar. Embora ele tenha direção precisa, sua suspensão foi ajustada para que as pessoas se sentissem no sofá de casa. E os bancos também são fofos como poltronas. Poderiam ser um pouco maiores, é verdade. Os assentos curtos não sustentam bem as pernas e os apoios laterais (na dianteira) não ajudam quando a carroceria resolve balançar. Mas essa é a única reclamação. Há espaço suficiente para cinco pessoas e a área envidraçada permite uma visão panorâmica do ambiente externo.

Outro ponto alto do projeto é a segurança. A GM adotou seis airbags, cintos de três pontos para cinco ocupantes, encostos de cabeça ativos nos bancos da frente, ABS, controle eletrônico de tração, ESP, monitoramento da pressão dos pneus, espelhos retrovisores aquecidos e telas de proteção no porta-malas, entre os itens de série. Nos testes, o Captiva demonstrou equilíbrio nas frenagens. Vindo a 80 km/h, ele precisou de 26 metros para parar, enquanto o Hyundai Tucson percorreu 27,7 metros na mesma avaliação.

Mesmo com todos os equipamentos de proteção e o sistema de freios eficiente, a GM não quis saber de riscos e limitou a velocidade máxima do Captiva em 160 km/h. Isso mesmo, o motor V6 é rápido nas arrancadas, mas tem seu ímpeto precocemente abrandado. Na pista, o Captiva acelerou de 0 a 100 km/h em 8,6 segundos e atingiu o limite de 160 km/h em cerca de 700 metros.



O motor 3.6 V6 24V do Captiva é o mesmo que equipa o Chevrolet Omega australiano vendido no Brasil, que, por ter o centro de gravidade mais baixo e ser mais estável, pode alcançar os 229 km/h de velocidade, sem amarras eletrônicas. Segundo a GM, esse motor é o mais moderno da GM no mundo. Ele possui bloco, pistões e cabeçote de alumínio e conta com coletor de admissão e comando de válvulas variáveis. Nos testes de consumo, seu rendimento ficou no mesmo patamar do de outros utilitários esportivos V6, no entanto. Suas médias foram de 6,5 km/l, no ciclo urbano, e 9,2 km/l, no rodoviário, enquanto o Tucson 2.7 obteve 6,6 e 9,1 km/l, respectivamente. O câmbio automático de seis marchas (com opção das trocas manuais) também é um desenvolvimento novo na GM, assim como o sistema de tração 4x4 da versão avaliada, que trabalha sob demanda. A força do motor é toda transmitida para as rodas dianteiras na maior parte do tempo. Mas, se houver necessidade, o sistema pode enviar até 50% do torque para o eixo traseiro. A transferência é automática, sem a necessidade de intervenção do motorista.

Segundo a GM, o Captiva vem para aumentar a família Chevrolet no país. Dessa forma, ele não aposenta o Tracker, que corre em uma faixa de preço mais baixa, nem a Blazer, que será reposicionada e direcionada às frotas. Ao contrário do Tracker, que tem oferta restrita, o Captiva será vendido em todas as concessionárias da GM no país. E terá três anos de garantia integral, sem limite de quilometragem, enquanto toda a linha Chevrolet conta com apenas dois anos de garantia.

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