segunda-feira, 17 de junho de 2002

estreia ESPERANÇA nova novela das 21hs


A trama mostra os reflexos da Grande Depressão de 1929 no cenário sociopolítico mundial, a queda do ciclo do café e a transformação do Brasil em um país formado por imigrantes de várias nacionalidades.

Toni vive com os pais, Rosa e Genaro, na cidade italiana de Civita. Ele é apaixonado e é correspondido por Maria, mas o influente pai da moça, Giuliano, não aceita o relacionamento da filha com um rapaz pobre. Entusiasmado com as histórias sobre o Brasil contadas por seu tio, o comunista Giuseppe, Toni decide ir embora com Maria para São Paulo em busca de uma nova vida. O jovem chega a enfrentar Genaro, que é contra a viagem, e a relação de pai e filho é abalada. Giuliano impede Maria de viajar, e Toni embarca sozinho, com a promessa de buscar a namorada. Após sua partida, Maria, grávida, é obrigada a se casar com o fascista Martino. Toni viaja sem saber da gravidez da amada, que é consolada pela avó, Luiza.

Em São Paulo, Toni arranja emprego no armarinho do judeu Ezequiel e é acolhido por sua família. Sem notícias de Maria, o italiano se envolve com a judia Camilli, filha do patrão, e os dois vivem um belo mas conflituado romance. O principal triângulo amoroso da trama se consolida com o reencontro de Toni e Maria no Brasil: ele fica dividido entre o amor das duas mulheres. A italiana chega com o filho pequeno, Martininho, e o marido, que deixa a Itália após se envolver em conflitos políticos. Martino é assassinado, e Maria fica viúva.

Com a morte de Rosa, Genaro viaja para o Brasil em busca do filho, com quem quer fazer as pazes.É Genaro quem o leva até Maria, hospedada no mesmo local que ele, a pensão de Mariusa, espaço de discussões políticas acaloradas. Ali moram os universitários José Manoel, Felipe, Marcos e Rafael, que debatem temas como getulismo, Estado Novo, a decadência dos barões do café e a revolução de 1932, histórica luta dos revolucionários paulistas contra as tropas federais do presidente Getúlio Vargas. Os estudantes se alistam na guerra, onde o português José Manoel, apelidado de “Murruga” pelos colegas, apaixona-se pela enfermeira Nina, operária com ideais de justiça e humanismo, que se alistara como voluntária no hospital de campanha para apoiar os combatentes paulistas. O português, ferido na batalha, é salvo pelos cuidados da enfermeira. O romance dos dois é um dos destaques da trama, com momentos engraçados e comoventes.

Através da personagem Nina, o autor discute questões trabalhistas e os problemas enfrentados pela mão-de-obra feminina na época. Nina trabalha em uma fábrica de tecelagem e, além da dura jornada de trabalho, é obrigada a driblar o assédio do patrão, Humberto, marido da dona da fábrica, Silvia. Ela incita as operárias a lutarem por aumento de salário e chega a ser presa por liderar uma greve geral. Nina é a filha de Giuseppe, tio de Toni. No período em que esteve no Brasil participando de lutas políticas, Giuseppe se apaixonou por Madalena, e os dois tiveram uma filha. Ao voltar para a Itália, ele nunca mais viu as duas. Mãe e filha moram em um cortiço.

Os espanhóis também estão representados na história, através do casal Manolo e Soledad e de sua filha, Eulália, que se emprega na fábrica e se deixa seduzir por Humberto.

Os italianos Vincenzo, Adolfo e Farina, compram as terras de decadentes barões de café falidos depois da quebra da bolsa de Nova York, em 1929. É abordada a questão da luta pela terra, pois os três vivem uma acirrada disputa com a viúva Francisca pela posse de uma fazenda em São Paulo. A baronesa não admite estrangeiros como proprietários de terra no Brasil. Mãe de Maurício e Beatriz, a fazendeira é chamada de “Francisca Mão-de-Ferro” pelo rigor com que administra seus negócios. Depois decidem alfabetizar os filhos dos colonos da região, entre eles Caterina e Marcello, filhos de Vincenzo e Constância. Os quatro jovens se apaixonam e enfrentam a ira de Francisca. Caterina se casa com Maurício, e os dois têm um filho, mas Marcello ainda sofre por um tempo até conquistar Beatriz de vez. Mais tarde, Francisca passa por uma transformação radical após descobrir que o falecido marido teve uma filha com uma escrava. Trata-se de Júlia, uma das serviçais da casa. Ela se envolve com o italiano Farina sem saber que ele é um mau-caráter que só está interessado em sua fortuna. Após ser responsável pela internação de Maurício em um hospício e manter Beatriz em um cativeiro, Farina é morto pelos personagens da fazenda, em uma tocaia planejada por todos.