Tremor de magnitude 8,9 foi o maior do país e o 7º maior da história.
Ondas gigantes causaram destruição no país e ameaçam costa pacífica.
Um forte terremoto de magnitude 8,9 atingiu nesta sexta-feira (11) a costa nordeste do Japão, segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS), gerando um tsunami (onda gigante com potencial destrutivo) de até dez metros de altura que varreu a costa do país, matando pelo menos 337 pessoas e causando destruição.
O tremor foi o 7º pior na história, segundo a agência americana, e também o pior já registrado no Japão.
O abalo provocou um tsunami que alcançou áreas da cidade japonesa de Sendai, na ilha de Honshu, a principal do arquipélago japonês.
Carros e barcos foram arrastados, e as imagens da destruição, feitas de helicópteros, são impressionantes. Um vídeo da TV local mostrou a onda gigante arrastando carros em sua chegada à costa.
Em muitos lugares, o mar ultrapassou os diques de proteção e avançou vários quilômetros por terra, recordando cenas da tsunami que ocorreu no Oceano Índico, em 2004.
Alerta no Pacífico
O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico, agência americana, emitiu um alerta para vários países na costa do Pacífico, avisando da possibilidade da chegada de ondas de até dez metros, mas até agora não houve relato de destruição fora do Japão.
Vários governos emitiram alertas, e alguns ordenaram a retirada de moradores de áreas costeiras. Mas os alertas só permaneciam na costa pacífica das Américas.
Ondas "pequenas" já atingiram as Filipinas, horas depois do terremoto, informou o sismólogo chefe do país. A Indonésia, o Havaí e a ilha americana de Guam também informaram que não houve danos na chegada das ondas a seu território.
A Casa Branca avaliou que os EUA, principalmente o estado do Havaí, escaparam do pior, mas moradores foram retirados da costa da Califórnia.
Pelo menos 337 mortes no Japão
A polícia informou que 337 pessoas morreram, 531 estão desaparecidas e ao menos 627 estão feridas. A polícia da província de Miyagi disse que entre 200 e 300 corpos de vítimas do tsunami foram encontrados na região costeira da cidade de Sendai. As autoridades acreditam que são corpos de residentes que morreram afogados pela onda de dez metros de altura que atingiu o litoral.
A agência Kyodo estimou que o número de vítimas pode passar de mil. A maioria deles teria morrido afogada.
Ainda não havia informações sobre vítimas brasileiras, segundo o Itamaraty. Moram na região próxima ao epicentro pelo menos 17 mil brasileiros, segundo a embaixada, que colocou à disposição telefones para informações.
O tremor teve epicentro no Oceano Pacífico a 130 km da península de Ojika, no Japão, a uma profundidade de 24 km, considerada pequena para terremotos.
Ele ocorreu às 14h46 (hora local, 2h46 de Brasília) e foi seguido por pelo menos outros 100 fortes tremores de magnitude superior a 5, segundo o USGS. O governo japonês emitiu um alerta sobre o risco de fortes réplicas.
O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, qualificou como "grandes" os danos causados pelo abalo. Kan pediu "calma" à população. Ele estava no Parlamento na hora do tremor.
Cerca de 4,4 milhões de imóveis ficaram sem energia no norte do Japão, segundo a imprensa, e foram registrados incêndios em pelo menos 80 lugares, segundo a agência Kyodo.
O terremoto sacudiu com força os edifícios de Tóquio.
Alarmes foram disparados nos prédios, houve correria, e as linhas telefônicas ficaram bloqueadas.
O Shinkansen, o trem-bala da capital japonesa, e os dois principais aeroportos ficaram temporariamente fechados.
As autoridades japonesas pediram aos moradores da capital que fiquem no centro da cidade e que não tentem chegar a suas casas se vivem nos arredores. O transporte coletivo entrou em colapso na capital.
A parede de água entrou quilômetros adentro pela costa da ilha de Honshu, arrastando casas e transformando os portos em cenários de desoladora devastação.
Nas áreas rurais próximas, a onda varreu as frágeis casas de madeira como se fossem de papel, e em questão de minutos devorou centenas de hectares de plantações.
Em Fukushima, um dique rompeu, e a água invadiu o continente, destruindo pelo menos 1.800 casas.
Em Aomori, no extremo norte da ilha, pelo menos cinco embarcações grandes, algumas emborcadas de cabeça para baixo, foram levadas pelas águas.
Algumas foram paradas por árvores, outras, por conjuntos de lojas ou barreiras marítimas.
Em Ibaraki, era possível ver do alto grandes casas flutuando pela enchente, cercadas por dezenas de carros.
Um navio com 100 pessoas a bordo foi virado pelo tsunami na costa, segundo a agência Kyodo. Ainda não se sabia o destino dos passageiros
As autoridades japonesas disseram que um trem de passageiros desapareceu depois da passagem do tsunami, informou também a Kyodo.
O trem da East Japan Railway Co. se encontrava perto da estação de Nobiru, no percurso que liga Sendai a Ishinomaki, quando ocorreu o violento terremoto.
Um segundo trem teria desaparecido, anunciou a agência de notícias Jiji, sem precisar se se trataria de uma composição de passageiros ou de carga.
O Ministério da Defesa do Japão se prepara para enviar 300 aviões e 40 navios para participar das operações de socorro na região, segundo a Kyodo.
Chile
Em 27 de fevereiro do ano passado, um tremor de magnitude 8,8 atingiu o Chile e deixou mais de 800 mortos. O terremoto no Chile, considerado então o quinto maior da história, ocorreu durante a madrugada e também causou tsunamis. O epicentro foi a 35 km de profundidade.